Filipenses 4.8 é um dos textos mais usados no aconselhamento bíblico. Resumidamente, esse texto nos dá um padrão diante do qual nossos pensamentos devem ser avaliados. A exortação apostólica é clara e direta.
Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. Nesses breves parâmetros, o apóstolo, usando palavras populares no meio da filosofia moral, nos manda ter mentes firmadas em qualidades positivas, parecidas com Cristo. Ao assim fazer, ele demonstra que, em Cristo, o pensamento do crente é agora diferente do que era antes de sua conversão. As qualidades listadas aqui formam um padrão compreensivo e de semelhança com Cristo quanto às coisas em que nossas mentes devem pensar, e que, consequentemente, formam os padrões das nossas vidas. É por isso que ele apresenta outro mandamento logo em seguida: “tudo isso praticai”. De acordo com o Salmo 19.14, não existe nenhum guia mais confiável para julgar os pensamentos de nossos corações do que as Escrituras—o padrão objetivo da verdade. Em sua conclusão que exalta as Escrituras como a verdadeira revelação de Deus, Davi orou:
As palavras da minha boca e a meditação do meu coraçãosejam agradáveis na tua presença,SENHOR, minha rocha e meu redentor! Assim, somente as Escrituras são um guia seguro sobre as qualidades que devem caracterizar a mente do Cristão. Mas, apesar de isso ser importante, não é esse meu enfoque principal nesse curto texto. A partir de Filipenses 4:8, sabemos muito bem o que é o pensamento piedoso, mas muitas vezes não consideramos o porque por trás da atenção que devemos dar ao desenvolvimento de uma mente verdadeiramente cristã. Por que importa aquilo que pensamos? Conquanto que façamos o que é certo, será que Deus realmente se importa com o que pensamos? Por que isso é tão importante? Pensemos por um momento sobre cinco razões pelas quais os nossos pensamentos importam para Deus.
Antes do novo nascimento, nosso pensamento era fútil e o nosso entendimento obscurecido (Efésios 4.17-18). Enquanto estávamos debaixo do domínio do mundo, da carne, de Satanás, o nosso pensamento era vão. Não tinha propósito, da perspectiva de Deus. E mesmo se, em nosso estado depravado, chegamos a buscar alguma forma de bondade, éramos ignorantes a respeito da verdadeira piedade, pois o nosso entendimento estava cativo à escuridão e seu príncipe. Não tínhamos a luz da vida e nem poderíamos ter sem intervenção sobrenatural. Mas algo mudou.
No novo nascimento nós recebemos o Espírito Santo que conhece a mente de Deus (1 Coríntios 2.11). Essa é uma verdade realmente maravilhosa e espetacular de se pensar. Dentre os seres humanos, somente o seu espírito sabe o que você está pensando (até que você escolha revelar com suas palavras ou ações). Similarmente, somente o Espírito Santo conhece plenamente os pensamentos de Deus. O mesmo Espírito habita dentro de cada um de nós, crentes em Cristo. E algumas de suas funções são nos ensinar e nos guiar na verdade (João 16.13).
Conhecendo a mente de Deus—porque ele é Deus—, o Espírito Santo revelou a mente de Deus nas Escrituras e, portanto, nós temos a mente de Cristo (1 Coríntios 2.12–16). Conhecendo os pensamentos de Deus, o Espírito os revelou a nós em palavras (i.e. Escrituras), e é através do seu ministério de iluminação que nós somos capacitados a entender as verdades divinas. Nós, que conhecemos a Cristo, temos o que precisamos saber para pensar de acordo com os padrões de Deus. Porque o autor divino das Escrituras agora vive em nós, temos a habilidade de conhecer a mente de Cristo, que é revelada nas Escrituras. Ou seja, a Bíblia é a mente de Deus em forma escrita.
Como novas criaturas, somos agora chamados a nos despirmos do velho homem, inclusive os nossos antigos jeitos de pensar, e sermos renovados no espírito da nossa mente (Efésios 4.22–23). Santificação não é meramente—e nem mesmo primariamente—sobre o comportamento externo, mas sobre mudança dos padrões do nosso pensamento, para que eles se conformem com a Palavra de Deus. Na medida que o Espírito Santo—por meio de suas palavras—renova os pensamentos da nossa mente e transforma os desejos dos nossos corações, nós progressivamente nos tornamos como Cristo na nossa caminhada cotidiana. Somos chamados a diligentemente nos despirmos do velho homem e nos revestirmos do novo, enquanto, ao mesmo tempo, é Deus quem opera em nós “tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Filipenses 2.13).
Na medida que renovamos nossas mentes com a Palavra de Deus, nossa vida é transformada, o que resulta no cumprimento da vontade de Deus (Romanos 12.1–2). Transformação de vida e mudança de coração não acontecem sem a renovação da mente. Essa é uma verdade fundamental no aconselhamento bíblico. E as nossas mentes nunca serão renovadas em piedade se não as expusermos continuamente à purificação da Palavra. Assim, que sejamos cuidadosos para aconselhar outros intencionalmente com a Palavra e apresentar tarefas de aplicação prática que os levarão até esses tesouros. Que possamos guiá-los ao Pão da Vida, Jesus Cristo, discipulando-os para que busquem saciar-se regularmente com cada palavra que procede da boca de Deus (Mateus 4.4). Como novas criaturas em Cristo, temos todos os recursos divinos a nossa disposição, para que possamos desenvolver uma mente verdadeiramente cristã. E, como conselheiros bíblicos, devemos estar para sempre comprometidos com a supremacia de Cristo que nos é revelada em sua Palavra suficiente. Que continuemos a submeter nossas mentes à autoridade das Escrituras, para que nossas mentes sejam continuamente renovadas. Então, e só então, estaremos preparados para levar outros a fazerem o mesmo. originalmente=">originalmente" publicado="publicado</a>" no="no" blog="blog" da="da" >Biblical=">Biblical" Counseling="Counseling" Coalition.="Coalition</a>." Traduzido="Traduzido" por="por" Lucas="Lucas" Sabatier="Sabatier" e="e" republicado="republicado" mediante="mediante" autorização.="autorização.">
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