O medo leva a resistência Temor a homens é a razão primária pela qual adolescentes resistem ao aconselhamento. Isto se revela de diversas formas, mas algumas das mais comuns são:
Muitas vezes, o adolescente tem a percepção de que aconselhamento é uma forma de punição. Eles veem o conselheiro como outra figura paterna e, por isso, resistem ao aconselhamento.
Há um estigma que vem da ideia de “aconselhamento.” Ideias preconcebidas ou experiências negativas do passado muitas vezes causam resistência. Por vezes eles se sentem embaraçados.
Pessoas jovens querem ser entendidas, mas diversas vezes eles acham que adultos são incapazes disso. Isso leva a desconfiança, que cria resistência no aconselhamento.
Adolescentes resistentes frequentemente se sentem extremamente inseguros, imaginando se eles são os únicos que lutam, o que leva a um sentimento de desesperança. Esta atitude de “por que se importar” leva a resistência. Para se preparar para um encontro com um adolescente resistente, é importante colher informações com os pais antes de começar a se encontrar com o adolescente. É necessário cavar um pouco a história deles para ter uma visão geral dos adolescentes. Eles normalmente não são muito confiáveis ao contar histórias devido a sua perspectiva limitada e também a sua resistência ao aconselhamento. Aqui estão algumas perguntas importantes para se fazer aos pais:
Houve alguma mudança grande na vida dele recentemente?
Ele já teve problemas como esse antes, ou é um problema novo?
Ele já foi diagnosticado com algum problema psicológico? Ele toma medicação? Peça detalhes.
Como ele lida com a escola, amigos, igreja, hobbies, esportes, etc.?
Há alguma coisa acontecendo na sua vida conjugal ou familiar que possa incomoda-lo?
Quais comportamentos mais te preocupam? (Escute sobre desafio aos pais, isolamento, oscilações de comportamento, suicídio, abuso de substâncias, atividades sexuais, etc.) A perspectiva dos pais sobre esse tipo de questões dará a você um bom ponto de partida quando abordar um adolescente resistente. Com esse tipo de pano de fundo, você saberá melhor qual direção tomar no inicio das discussões. Isto será crítico no processo de criar confiança.
O adolescente resistente
Aqui está o exemplo de um aconselhado que inicialmente resistiu ao aconselhamento. Antes da sessão inicial, sua mãe me disse que esta adolescente estava indo mal na escola, que era nervosa e desafiava ambos os pais, que estava se isolando da família, e que disse a professora que sua mãe havia lhe agredido (o que era verdade, e resultou em uma investigação e levou ao encaminhamento para o aconselhamento).
Essa menina de catorze anos de idade entrou no meu escritório, olhou ao redor como se procurando alguma decoração cristã e, antes que desse dois passos, ela disse, “Eu sou ateia”. Ela olhou surpresa quando eu a convidei para sentar e disse: “Tudo bem. Estou ansioso por conhecê-la. Também fui ateu até os trinta anos”.
Por trás da sua intenção de me intimidar e de ser desagradável, pude ouvir o seu medo. Ela claramente esperava que eu ficasse ofendido e a liberasse da sessão. Ao invés disso, a convidei para me contar a sua história.
Ela falou sobre problemas relacionais em casa, inseguranças na escola, conflitos com amigas e insistiu que, com catorze anos, ela já estava pronta para ser emancipada. A razão que ela deu para buscar a sua independência era “se livrar das pessoas que causam todos os meus problemas.” Ela me disse que não precisava de aconselhamento e que ela só precisava se livrar dos seus pais. Isto desenterrou uma longa história de disfunção familiar e problemas em muitos níveis.
Eu ouvi, fazendo perguntas que sondassem o seu coração, e ouvi um pouco mais, permitindo que ela me falasse o que a incomodava. Ela começou a chora e pude perguntar se ela conhecia o evangelho. Ela disse que sim, porque havia ido à igreja durante a maior parte da sua vida. Ela me disse que lembrava versículos do passado e que sempre frequentou as aulas de Escola Bíblica Dominical. Então ela admitiu que não era realmente ateia. Ela confessou, “Esperava que você ficasse bravo e dissesse que eu não precisava mais continuar o aconselhamento”.
O evangelho quebra a resistência
Ao fim dessa primeira sessão, estávamos prontos para começar o processo de buscar na Palavra de Deus as respostas para os medos dela. Começamos com o ensino básico sobre temor a homens—o que era e como tratá-lo. Gálatas 1:10 nos deu um bom ponto de partida. “Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Deus.”
Isto nos levou a uma discussão sobre os detalhes do evangelho, que ela entendia intelectualmente, mas admitiu não ter certeza de que realmente acreditava nele. Porque ela compartilhou um pouco da sua história, pudemos começar a discutir como a história dela se encaixava dentro da história de redenção encontrada na Bíblia.
Ela cedeu ao aconselhamento, acredito eu, porque fomos capazes de ir ao encontro dos problemas do coração. Porque tinha o pano de fundo dado pelos pais, estava preparado para abordar seus medos e lhe dar esperança. O temor a homens é um problema fácil de se relacionar, pois é comum a todos nós. Começamos a falar sobre como ele se manifesta na vida das pessoas. Eu compartilhei brevemente com ela sobre as minhas lutas com esse problema para que ela me visse como um mentor e não como uma figura autoritária. Aquele dia foi o início de uma jornada potencialmente frutífera. Não chegamos a todas as discussões necessárias para lidar com os problemas dela, mas chegamos ao evangelho, e ela estava escutando.
“Busquei ao Senhor, e ele me acolheu; livrou-me de todos os meus temores.” (Salmo 34:4) originalmente=">originalmente" publicado="publicado</a>" no="no" blog="blog" da="da" >Biblical=">Biblical" Counseling="Counseling" Coalition.="Coalition</a>." Traduzido="Traduzido" por="por" Gustavo="Gustavo" Santos="Santos" e="e" republicado="republicado" mediante="mediante" autorização.="autorização.">
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