A insensibilidade ao pecado pela nação de Israel tinha chegado a tal extremo nos dias do sacerdote Eli, que seus próprios filhos agiam no sacerdócio sem nenhuma reverência tratando com desprezo aos sacrifícios sagrados (1 Samuel 2:11-17) além de praticarem imoralidade com as mulheres que serviam à porta da tenda da congregação (1 Samuel 2:22).
O convívio com tanta insensibilidade os levara a usar a arca do Senhor como um talismã a fim de assegurar vitória a Israel. A união da insensibilidade com a irresponsabilidade resultou na tomada da arca pelos filisteus culminando também na morte dos filhos perversos e também de Eli, como havia sido profetizada pelo homem de Deus (2:27) e confirmada na chamada de Samuel (3:11-14).
A insensibilidade foi tão grande que embora a arca fosse devolvida pelos filisteus, mesmo assim se passaram vinte anos até que ela retornasse ao seu lugar de origem.
A dureza de coração leva pessoas e até uma nação a perderem a confiança na Palavra de Deus por se distanciarem da visão correta da Santidade e Soberania de Deus.
Davi o homem segundo o coração de Deus e que tinha uma grande devoção por Deus se preocupou com o lugar da manifestação da glória de Deus, a arca no lugar Santo dos Santos, e planejou trazê-la da casa de Abinadabe, em Quiriate Jearim, (1 Samuel 7:1-2) para Jerusalém.
O desejo de Davi em fazer retornar a arca foi maior do que se certificar das diretrizes que deveriam ser obedecidas para se lidar com a arca. Possivelmente a negligência e o ignorar da arca por vinte anos fizeram que tanto Davi quanto os sacerdotes e levitas perdessem a reverência em lidar com os bens de Deus.
Não basta boa intenção é preciso obedecer a Palavra de Deus. Davi fez o que era certo, porém da maneira errada. Os sacerdotes estavam tão insensíveis com os assuntos de Deus que nem perceberam que trazer a arca num carro puxado por bois não era a forma correta de se conduzi-la. Os versos de Números 4:5-15 não faziam mais parte das leituras dos sacerdotes e nem dos levitas.
A insensibilidade os havia feito perderem a percepção do verdadeiro culto. Davi e toda casa de Israel alegravam-se perante o Senhor com todos os instrumentos disponíveis. O terreno possivelmente era plano e sem pedras, tudo corria bem e com muita alegria; até que os bois tropeçaram e instintivamente Uzá estendeu a mão e segurou a arca de Deus que balançara.
O respeito que Uzá tinha pela Palavra de Deus era tão baixo que ele achou que poderia ajudar Deus por não permitir que a arca caísse do carro puxado pelos bois.
Muitos crentes quando lêem esta passagem ficam indignados com tanta severidade de Deus, pois dizem: “Mas Uzá só queria que a arca não caísse e sofresse algum dano!!!”.
O que ficou evidente foi que Uzá achou que DEUS NÃO PODIA CUIDAR-SE BEM DE SI MESMO, ele não entendeu que DEUS PODERIA CUIDAR MELHOR DA ARCA DO QUE ELE. O Dr. Bob Smith diz referindo a esta passagem: “Se o carro tivesse sobre ele um caldeirão cheio de óleo quente e ele começasse a chacoalhar Uzá sairia correndo para salvar sua vida”. O desprezo que ele tinha pela Palavra de Deus fez com que ele perdesse o medo pelo fulminar de Deus.
Davi, os sacerdotes e levitas só foram sensibilizados quando a insensibilidades deles se tornou em dano físico.
No Aconselhamento muitas vezes o aconselhado pensa que ele pode cuidar melhor do Plano que Deus tem para ele do que Deus.
O aconselhado precisa ser sempre lembrado de que sua insensibilidade por desrespeitar a Palavra de Deus, poderá resultar em dores físicas para ele aprender que DEUS SABE CUIDAR-SE DE SI MESMO.
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