Parece que todos querem falar sobre sexo. Exceto aqueles que mais precisam falar sobre esse assunto. Todo casal passa por períodos de dificuldade em sua vida sexual, mas eles raramente querem falar sobre isso. Em nossa cultura que promove uma caricatura do sexo como algo fácil, proveitoso e descomplicado, problemas sexuais podem ser embaraçosos, no melhor dos casos, e vergonhosos, no pior dos casos. Toda vez que eu sento com um casal que está passando por dificuldades na área sexual, eles quase sempre começam dizendo a mesma coisa: “Você é a primeira pessoa com quem vamos conversar sobre isso”. Na verdade, muitas vezes, eles estão tão envergonhados que quase não conversam sobre isso um com o outro.
Problemas sexuais no casamento aparecem de diferentes formas. Seja a falta de excitação sexual, sentir-se desconfortável com os desejos do cônjuge, fantasias recorrentes, diferentes níveis de desejo sexual ou qualquer outra coisa, problemas sexuais podem ser algo significativo no casamento.
Quando você pensa em uma cultura extremamente sexualizada combinada com a nossa sexualidade caída, não deveria ser surpresa que cristãos e incrédulos têm problemas em seus relacionamentos sexuais, mesmo quando estão casados. Mas, como toda consequência de nossos corações caídos nesse mundo caído, há esperança de perdão, cura, redenção e restauração através do evangelho. Então por onde você começa a abordar problemas sexuais com um casal?
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Entenda o que é sexo
Primeiro, os casais precisam entender por que Deus criou o sexo. A maioria dos casais se casam com uma teologia fraca ou inexistente do sexo. Eles assumem que o sexo é o “brinde” que eles ganham ao se casar, como um presente cósmico de casamento. Mas Deus não criou algo tão poderoso como nossa sexualidade para ser somente um “algo a mais” no matrimônio.
O sexo é um meio de união pactual
Nossa sexualidade (que envolve todos os aspectos de atração, desejo e atividade física) foi planejado por Deus como uma forma pela qual marido e mulher se unem. Através do sexo, Deus une o casal de uma forma linda e misteriosa que envolve, em um ato, os aspectos físico, espiritual e emocional de nossa humanidade (Gênesis 2.24; 1 Coríntios 6.14–20).
O sexo é uma expressão do relacionamento conjugal
Cantares demonstra essa verdade, ilustrando como o relacionamento sexual provê uma expressão vívida da intimidade, vulnerabilidade, mutualidade, paixão e êxtase do casamento de uma forma única e poderosa. Sexo não é a expressão máxima do relacionamento conjugal, mas é uma forma única e poderosa.
O sexo é uma ilustração de algumas das dinâmicas relacionais entre Cristo e a Igreja
Se o sexo é uma expressão do relacionamento conjugal e o relacionamento conjugal deve ser uma ilustração do relacionamento entre Cristo e a Igreja, então nós não podemos negar a ligação direta entre os dois. Como John Piper escreveu, “Deus nos criou à sua imagem, homem e mulher, com personalidades e paixões sexuais, para que quando ele viesse a nós nesse mundo, houvessem palavras e imagens poderosas para descrever as promessas e prazeres da nossa aliança com ele através de Cristo”.
Lembre-se do poder do evangelho
Inevitavelmente, nossas experiências sexuais ficam aquém desse ideal elevado. Muitas vezes o sexo se torna uma fonte de conflito e desunião. Muitas vezes, o sexo se torna uma expressão dos nossos desejos egoístas ao invés de nosso amor sacrificial. Muitas vezes o sexo ilustra relacionamentos quebrados que obscurecem as palavras e imagens que Deus pretende que incorporemos.
Quando somos confrontados com o caos de nossa sexualidade e suas consequências em nossas vidas sexuais, pode se tornar óbvio o que somos chamados a “deixar de lado”. Mas é o chamado correspondente para “colocar” uma sexualidade abnegada que parece impossível. Nossos desejos sexuais (ou sua falta) são tão íntimos, tão fortes e, aparentemente, tão inatos, que normalmente duvidamos se realmente há alguma esperança.
Eu posso lembrar de incontáveis noites no meu próprio casamento que terminaram em lágrimas quando a desesperança agarrou os nossos corações e nós realmente acreditamos que não havia possibilidade de mudança. Estávamos tão sozinhos, quebrados e desencorajados, que não conseguíamos imaginar uma saída. Não importava quantos livros sobre o tópico nós líamos, todos pareciam nos condenar ainda mais mostrando que havia algo belo em relação ao sexo, mas que não éramos capazes de desfrutar.
Precisávamos de mais do que dicas, truques, ferramentas ou tempo. Precisávamos ser lembrados da verdade do evangelho e do poder transformador do Espírito, que pode transformar todas as partes do nosso ser, inclusive nossa sexualidade. Nossas mentes precisavam ser renovadas (Romanos 12.2; Efésios 4.23) com a verdade de quem somos em Cristo, em quem ele está continuamente nos transformando, de que tipo de Deus ele é. Precisávamos ser revigorados com a apreciação do seu amor, bondade e intimidade, antes de sequer sermos capazes de expressar amor, bondade e intimidade um ao outro sexualmente.
Agora, não me entendam de forma errada. Ser lembrado do evangelho não é uma espécie de cura mágica para os nossos problemas sexuais. Nossas mentes precisarão ser renovadas com a verdade de quem Deus é e de quem ele nos fez ser enquanto nossa sexualidade for impactada pela queda, o que será para o resto de nossas vidas. Mas ser lembrado do poder do evangelho é o fundamento para o crescimento de nossas vidas sexuais. E é a única coisa que, em meio as nossas mais profundas e difíceis lutas, nos dá esperança real e duradoura.
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