Não há como negar: conselheiros experientes podem cair em uma rotina. Temos nossos métodos, histórias pessoais e versículos favoritos. Podemos desenhar o mesmo diagrama no quadro branco para enfatizar o mesmo ponto para diferentes aconselhados. A santificação é nossa ênfase repetida. Essa é a trilha que seguimos em quase todos os casos. No entanto, por mais importante que a doutrina da santificação progressiva seja para a vida cotidiana, não devemos deixar de apontar nossos aconselhados para a doutrina da glorificação.
Este artigo é um lembrete para trazer a esperança de glorificação aos nossos aconselhados. Não estou falando em defender nossas visões do milênio. Ao invés disso, devemos enfatizar o fato de que este mundo é passageiro, e que há um Novo Céu e uma Nova Terra por vir. A glorificação pode não ser tema familiar no seu aconselhamento. Mas aqui estão quatro razões para investir parte do seu valioso tempo de aconselhamento cobrindo as implicações dessa importante doutrina.
1) A Bíblia frequentemente fala da glória que está por vir
O aconselhamento é o ministério particular da Palavra. Esse chamado nos compele a ensinar todo o conselho da Palavra. Isso significa que procuramos, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento, princípios para aconselhar pessoas. A doutrina da glorificação satura toda a Escritura, do primeiro ao último livro. A promessa divina de um futuro Salvador é expressa no início da ordem criada. Um dia, a semente da mulher pisaria a cabeça da serpente (Gênesis 3.15). O restante do Antigo Testamento revela a batalha entre a serpente e o Redentor. Todo o Antigo Testamento aponta para a promessa futura.
Ao ler o Novo Testamento, frequentemente lemos sobre o clímax do plano de Deus—do cântico de Maria no Evangelho de Lucas, que reconhece que o cumprimento das promessas de Deus desde os tempos antigos havia acontecido, até Apocalipse 22, que descreve o local onde os servos do Cordeiro habitam. O tempo está progredindo, até que o tempo e este mundo não existam mais.
2) Nossos aconselhados precisam ser lembrados de que Deus fará certas todas as coisas
O Salmo 37 começa da seguinte forma: “Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade”. Mais a frente, é dada a certeza de que “os ímpios, no entanto, perecerão, e os inimigos do SENHOR serão como o viço das pastagens; serão aniquilados e se desfarão em fumaça” (Salmo 37.20). Jesus testificou que Deus fará justiça aos seus eleitos, que clamam a ele dia e noite (Lucas 18.7). Aqueles que caluniam, perseguem e prejudicam os inocentes enfrentarão um Deus justo. As vítimas de abuso precisam ouvir as palavras de Isaías 61.8a: “Porque eu, o Senhor, amo a justiça”. Essa verdade é um consolo para aqueles que sabem que sofreram algum tipo de injustiça. Eles podem colocar sua confiança naquele que julga retamente, como fez o nosso Salvador (1 Pedro 2.23). Esse conhecimento fornece uma razão para se comportar de maneira semelhante a Cristo. “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: ‘A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor’” (Romanos 12.19). Talvez nós não sejamos capazes de ver a justiça sendo feita nessa vida, mas ela certamente virá.
3) Alguns aconselhados precisam ouvir que sua batalha diária contra o pecado tem dia para acabar
Pessoas queridas ficam desanimadas, quase ao ponto do desespero. Quer convivam com dor por viverem em um mundo caído, ou lutem a batalha aparentemente interminável com o pecado interior, eles precisam ouvir que estão destinados a viver uma glória futura. Juntamo-nos a eles gemendo e aguardando ansiosamente a redenção de nossos corpos (Romanos 8.23). Um dia seremos como nosso Salvador (1 João 3.2). A promessa de que Deus glorificará aqueles a quem ele justificou (Romanos 8.30) pode tornar as batalhas angustiantes mais suportáveis. Os remidos têm um destino que não inclui lágrimas, morte, luto, choro ou dor, pois as coisas anteriores já passaram (Apocalipse 21.4). Há um futuro que podemos vislumbrar.
4) Nossos aconselhados precisam ser lembrados da esperança de uma recompensa futura
No início de sua primeira carta, Pedro exorta seus leitores a considerarem sua herança que é incorruptível, imaculada, imarcescível e reservada no céu para eles (1 Pedro 1.4). Jesus prometeu uma grande recompensa no céu (Lucas 6.22–23). Tanto Pedro como Paulo falam de coroas celestiais. Seu aconselhado pode questionar: “Isso parece tão egoísta, fazer o bem a fim de receber uma recompensa!” Lemos no livro de Apocalipse que essas coroas são lançadas diante do trono de Deus em reconhecimento de que somente o nosso Senhor é digno (Apocalipse 4.10–11). Dave Harvey acrescenta esta explicação—há uma diferença entre fazer boas obras para agradar nosso Salvador, e a ambição egoísta que lemos em Tiago 3.16. Sim, buscar aplausos é um motivo ímpio. No entanto, nossos aconselhados podem ser encorajados a saber que o Senhor reconhece e valoriza os pequenos sacrifícios oferecidos a ele. Na parábola dos talentos, o mestre louva seus servos fiéis com estas palavras: “Muito bem, servo bom e fiel... entra no gozo do seu senhor” (Mateus 25.14–24). De forma última, nossas boas ações são destinadas a glorificar a Deus (1 Pedro 2.12).
Toda a ênfase colocada na glória leva nossa mente de volta à realidade de que Jesus é a personificação da glória de Deus (João 12.41). O conceito de glorificação está focado no Salvador. A missão de Jesus era glorificar o Pai; o Pai glorificou o Filho (João 17.1, 5). Testemunhamos essa glorificação mútua e a refletimos de volta (João 12.27–30). Glorificamos a Deus com nosso corpo (1 Coríntios 6.20), para louvor da sua gloriosa graça (Efésios 1.6). Que possamos adicionar a doutrina da glorificação ao nosso aconselhamento e, assim, glorificar nosso glorioso Senhor.
Questões para reflexão
Preciso expandir meu aconselhamento para incluir a doutrina da glorificação? Como posso ensinar meus aconselhados sobre recompensas terrenas, sem lhes dar uma motivação mundana? Tenho sido um exemplo de alguém que vive com a glorificação em mente?
originalmente=">originalmente" publicado="publicado</a>" no="no" blog="blog" da="da" >Biblical=">Biblical" Counseling="Counseling" Coalition.="Coalition</a>." Traduzido="Traduzido" por="por" Gustavo Santos="Gustavo Santos" e="e" revisado="revisado" Lucas="Lucas" Sabatier.="Sabatier." Republicado="Republicado" mediante="mediante" autorização.="autorização.">
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